Você já ouviu falar do STEM?
O método, que busca dar maior autonomia ao processo educacional, tem ganhado destaque como uma forma de engajar os alunos em seu aprendizado.
Com diversos benefícios para o ensino, ele está cada vez mais presente nas salas de aula pelo mundo todo.
Conheça a seguir mais sobre a metodologia, sua história e um caso de sucesso de sua aplicação com ajuda da tecnologia de impressão 3D.
O que é metodologia STEM?
O método STEM vem de um verdadeiro movimento da educação que busca dar mais autonomia aos alunos e oferecer um ensino mais dinâmico e interdisciplinar.
O seu nome é uma sigla, que significa Science, Technology, Engineering and Mathematics – em português, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
O método se assemelha ao modelo STEAM, que acrescenta ainda as Artes ao escopo de trabalho.
Ambas as variações buscam unir as disciplinas estudadas, em vez de forçar uma separação que pode prejudicar o entendimento do aluno como um todo.
História da metodologia STEM
A história da metodologia STEM remonta aos Estados Unidos, no começo dos anos 2000.
Na época, a constatação de que os alunos americanos tinham uma performance nas áreas de ciência e tecnologia muito aquém do que o resto do mundo despertou o país para a necessidade de mudar.
Assim, o STEM nasceu como um modelo de ensino que, pouco a pouco, foi sendo implementado nacionalmente por lá.
Metodologia STEM no Brasil
No Brasil, infelizmente, o uso do STEM nas salas de aula ainda é pequeno.
Por hora, o estudo das Ciências Exatas baseado em experimentos práticos se mostra um privilégio de algumas escolas e cursos privados.
A universidade, porém, tem um papel fundamental na divulgação do método por aqui – mais à frente, você vai conhecer um exemplo do Sul do país que tem tido sucesso no uso do método STEM nas escolas.
3 Benefícios da metodologia STEM
O STEM é uma metodologia que tem muito a contribuir com o processo educacional.
Abaixo, destacamos três benefícios do método ao aprendizado.
1. Pensamento crítico
O pensamento crítico tem um grande destaque na aplicação do STEM nas aulas.
Disposto de todas as ferramentas necessárias, o aluno aprende a se questionar e questionar o próprio processo para entender o que pode ter dado errado em seu projeto.
Como é baseado em experiências práticas, o STEM permite ao estudante errar quantas vezes for preciso e, depois, corrigir até chegar ao resultado ideal.
2. Criatividade
Da mesma forma, a criatividade ganha espaço quando o aluno pode experimentar de acordo com seus interesses.
Inserido à cultura Maker – mais adiante, voltaremos a esse termo -, o STEM permite ao aluno pensar livremente sobre soluções criativas e descobrir por conta própria as melhores formas de aplicar os conceitos aprendidos nas aulas.
3. Autonomia
Por fim, esse é um método que tem a autonomia como um de seus pilares.
A ideia aqui é permitir um ensino no qual o educador não precise supervisionar o aluno o tempo todo, pois ele próprio se encarrega de seu processo educacional, acionando o professor apenas quando houver dúvidas ou impasses.
Metodologia STEM na escola: o projeto que ganhou a atenção dos alunos
Um dos grandes desafios de um educador é apresentar seu conteúdo de maneira interessante, a fim de engajar seus alunos e atingir maior eficácia no aprendizado.
Para resolver esse impasse, há quem venha desenvolvendo projetos para oferecer novos recursos tecnológicos a seus alunos.
Trazendo consigo a cultura Maker e os conceitos da metodologia STEM, os professores André Luís Raabe e André Luiz Santana inovaram as formas de ensino empregadas no Projeto Movimento Maker.
O projeto é fruto do trabalho desses dois educadores que administram o Laboratório de Inovação Tecnológica na Educação (mais conhecido como LITE), no campus da Universidade Univali de Itajaí, em Santa Catarina.
Antes de Santana entrar para o laboratório, Raabe era o único responsável e tinha um foco maior em desenvolvimento e estudos em software.
Com a parceria entre os dois, áreas da engenharia foram anexadas ao escopo de modo a garantir um ensino mais abrangente e prático.
Leia também: Projeto Hands-On: Metodologia com impressora 3D na UNIFEBE
Cultura de pôr as mãos na massa
Entre os projetos do laboratório da universidade, um que alcançou grande destaque foi o LITE Maker.
A ideia consiste em trazer a cultura Maker para dentro das escolas por meio da metodologia STEM.
Quando falamos em cultura Maker nesse contexto, estamos nos referindo ao hábito de desenvolver, produzir e modificar seus próprios itens – como brinquedos – em uma estação de trabalho móvel, que pode ser levada para diferentes escolas.
Na sala de aula, os conceitos são ensinados e a criatividade dos alunos corre solta.
Entre os exemplos que o professor Santana dá, está a criação de miniaturas de casas, brinquedos e itens de interesse para as crianças ou que remetem ao emprego de seus pais.
O tema das criações foi livre justamente para estimular a liberdade criativa dos pequenos.
A ideia não era entregar uma atividade pronta, mas sim deixar os alunos trabalharem em projetos que lhes interessassem.
Estação móvel de ensino LITE-Maker
A maior missão do Projeto LITE é divulgar a cultura Maker e, com ela, alcançar cada vez mais pessoas de diversas regiões.
Com esse objetivo em mente, a estação LITE Maker é distribuída de diversas formas.
Além de ser comercializada, ela também é disponibilizada gratuitamente e a experiência pode ser replicada por qualquer um – o que ilustra o conceito Open Source (código aberto) do laboratório.
A unidade móvel conta com uma impressora 3D de mesa modelo MakerBot Replicator Mini, que pode ser adquirida diretamente com a Wishbox Technologies no Brasil.
O LITE Maker conta com a viabilização de cinco principais áreas de Espaços Maker, sendo elas:
- Marcenaria
- Artesanato com papel
- Eletrônica
- Modelagem 3D
- Impressão 3D.
Robôs Educacionais Programáveis
Outro projeto muito interessante do Laboratório LITE é o ROPE (Robôs Programáveis Educacionais), um dispositivo para o ensino de programação, intermediado de forma lúdica através de um robozinho simpático.
O foco aqui são crianças de 3 a 8 anos, para um ensino que cria raízes e permite a elas desenvolverem desde cedo os conceitos matemáticos, de programação e resolução de problemas.
Baseado na plataforma Arduino, que oferece grande liberdade de programação e implementação, as aulas contribuem para despertar vocações em engenharia da computação, ciência da computação e design industrial.
O Papel da Tecnologia
“Só a tecnologia por si só não basta, ela precisa de um alinhamento para ser transformadora de verdade”, afirma o professor Santana.
A fala do docente é um testamento para o fato de que mesmo tendo a mais avançada tecnologia em mãos, os recursos por si só não são suficientes.
A cabo, o núcleo do Laboratório LITE tem como objetivo criar algo novo com um vínculo social, uma ideia de comunidade e acima de tudo fazer a diferença – e o impacto desses valores para a vida dos estudantes é imensurável.
O emprego da impressão 3D no ensino da universidade foi uma escolha óbvia, por se tratar de uma tecnologia segura e com curva de aprendizado amigável.
Isso significa que ela pode ser ensinada para qualquer tipo de público, adultos e crianças, com a devida instrução e acompanhamento de um instrutor capacitado.
A impressão 3D no ensino permite que educadores de diversas áreas unam seus conhecimentos e construam lições interdisciplinares.
Isso traz para o aluno uma visualização mais ampla e realista de como o seu aprendizado se aplica no mundo à sua volta.
3 principais desafios da metodologia STEM
Embora o case altamente positivo, ainda existem desafios sobre o desenvolvimento do STEM como método de ensino no Brasil.
Entenda quais são os três principais:
1. Acesso à tecnologia
O acesso à tecnologia ainda é bastante restrito no Brasil, sobretudo nas escolas públicas.
Infelizmente, esse é um entrave para a adoção do STEM de maneira universal por aqui, já que o método tem a tecnologia como um de seus pilares.
2. Conscientização dos educadores
É comum que alguns professores tenham dúvidas sobre o funcionamento de um método tão inovador e disruptivo.
Ainda que compreensível, esse receio inicial é injustificado, já que o STEM é um método com rigor acadêmico e que já teve sua eficácia comprovada em diversos experimentos pelo mundo todo.
3. Confiança dos pais
Da mesma forma que os professores podem ficar hesitantes quanto ao funcionamento do STEM, os responsáveis pelos alunos também podem apresentar certa resistência.
Por isso, é fundamental integrá-los no processo de maneira a garantir que todos estão na mesma página e conscientes das vantagens do método.
Conclusão
Há pelo menos duas décadas, o STEM vem sendo usado com sucesso no ensino.
O método, que tem foco nas ciências e tecnologia, oferece uma experiência prática e interdisciplinar para os alunos.
Com isso projetos de STEM permitem o desenvolvimento da criatividade, pensamento crítico e autonomia.
Ainda tímido no Brasil, aos poucos o método vem ganhando força e se apresenta como uma tendência para a educação nos próximos anos.
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